Mentira, A

Publicado em 1953, em forma de folhetim no "Jornal da Semana - Flan", é o primeiro romance assinado por Nelson Rodrigues. Ele já havia publicado outros folhetins, mas se escondia por trás do pseudônimo de Suzana Flag. \nNa trama, dr. Maciel é obcecado pela filha Lúcia, caçula de quatro irmãs. As outras três moram na mesma casa com seus respectivos maridos. Ao revelar que está grávida, a adolescente Lúcia, com apenas 14 anos, causa um "terremoto" familiar. \n \n \nRelações familiares \n \nEste foi o primeiro folhetim assinado sem pseudônimo por Nelson Rodrigues e, também, seu primeiro romance. Foi escrito em 1953, mesmo ano em que escreveu a peça "A falecida". "A mentira" traz todas as obsessões mais caras ao autor - a culpa, a morte, o desejo e a loucura. Em diálogos rápidos, as reviravoltas se sucedem no melhor tom folhetinesco. O enredo é simples. Em uma família composta por quatro filhas, um pai repressor e uma mãe ausente, a filha mais nova, xodó do pai, está grávida. Nelson Rodrigues põe o dedo na ferida na hipocrisia familiar e quebra tabus ao insinuar relações incestuosas, paixões desenfreadas e ódios viscerais. Há um certo descuido na composição dos personagens que, muitas vezes, mudam de atitude e tomam uma densidade inexistente em mudanças bruscas, sem continuidade. Mas esta fragilidade da narrativa é desculpável, já que o folhetim não era uma das prioridades do autor e o vigor narrativo não se perde. Uma ótima introdução ao universo rodriguiano. -- por Samantha Arana


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