Abastecimento: Crise, Motins e Intervenção
Estaria, então, a Província da Bahia vitimada, gravemente ou não, pela forte estiagem? Possivelmente sim. O porquê dessa inquirição ganhou relevo na continuidade do trato com as fontes, percebendo-se, aí, um curioso silêncio dos jornais baianos do período sobre a problemática da seca na Bahia, quando neles se encontra, no entanto, frequentes referências ao Ceará e até a outras províncias do norte do Império. Mais curiosas ainda são as notícias alusivas às campanhas beneficentes engendradas na Bahia para o socorro dos irmãos cearenses . O próprio presidente da Província da Bahia, em resposta a ofício de um vigário da Vila de Alcobaça, de 24 de março de 1878, confirma o seguinte: "Accuso recebimento do officio de 20 de janeiro proximo passado, a que acompanhou a quantia de 160$280, produto de subscripção por V. rms. . Promovida nessa Villa em favor das victimas flagelladas pela secca das provincias do norte" . Pinto de Aguiar, em seu excelente trabalho "Abastecimento: crises, motins e intervenção", sinaliza para este curioso silêncio e, ao mesmo tempo, confirma a estiagem presente na Bahia: "A disputa política que ocupa os jornais nos primeiros meses de 1878, deixa quase na sombra o noticiário sobre a calamidade que assolava o nordeste. A situação, contudo, agravava-se dia a dia e já campeava livremente na Bahia a especulação resultante da escassez de produtos alimentícios".
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