Ouvidos Dominantes Vozes Silenciadas

Um livro para dialogar. Assim pode ser definido Ouvidos Dominantes - Vozes Silenciadas, que nos revela o processo de dominação e exclusão dos/as migrantes/as rurais num espaço onde o outro deveria formar um todo: dentro da sala de aula. É a partir de contradições, inerentes à vida em sociedade, que os currículos escolares são elaborados, essas contradições revelam hierarquias, onde as forças conservadoras representam poder e perpetuam os mecanismos excludentes. Mas, há diálogo entre as culturas? Pois é através das noções de cultura que se define o currículo escolar, fato complexo e que conduz a caminhos político-pedagógicos divergentes, noções que andam juntas sem que suas diferenças sejam demarcadas. Daí a seletividade cultural, resultante, não de um diálogo, mas de vozes dominadoras. Pensando na perspectiva de que a educação pressupõe uma relação de comunicação entre os sujeitos, relação pela qual se ensina e se aprende, como definir então a relação onde os saberes dos migrantes não contam no diálogo? O resultado é a ausência de debate, que ajuda a fortalecer as práticas excludentes, como, por exemplo, a de confiscar as palavras dos/as filhos/as de migrantes. O processo é tão forte que as crianças vão gradativamente assumindo outra linguagem e modificando a identidade cultural delas. A consequência (...) dos elementos excludentes é o apagamento da memória dos indivíduos. Mas o livro não nos deixa sem perspectivas, Noeli Reali concorda com um novo cenário pedagógico que está tomando corpo, especialmente depois de Paulo Freire declarar que respeitar os diferentes discursos e pôr em prática a compreensão da pluralidade exige uma transformação política e social. (FREIRE, 1990, p. 36), e isso só será possível a partir da conscientização e ação concreta não só do/a professor/a, nem só do/a aluno/a, mas de todos/as que anseiam por espaços mais inclusivos.


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