Visões Identidades Brasileiras de Shakespeare

O tema “Visões e identidades brasileiras de Shakespeare” surgiu a partir da percepção de que tanto a tradução, nos seus aspectos de atividade prática e teórica, quanto as análises críticas, informadas por paradigmas diversos, contribuem para criar novas identidades do texto shakespeariano e para reforçar outras. A visão da tradução como reescritura – produção ativa de um texto que se assemelha ao “original” mas mesmo assim transforma – sugere que, nessa transformação, novas identidades serão forjadas, a partir da mediação do leitor/tradutor e do ambiente cultural e ideológico de recepção. Os ensaios desta obra têm em comum: a paixão por um autor cuja obra alude as interpretações “definitivas”, os sentidos unívocos, as chaves infalíveis para o seu entendimento. A partir de uma concepção de identidade como algo dinâmico e em processo de construção, um texto, uma obra, um personagem, um autor não são, mas estão – provisoriamente, fragmentariamente. As reflexões reunidas na obra criam, portanto, novas identidades de Shakespeare ou de seus personagens e oferecem novas perspectivas de sua obra. E, na medida em que seus autores estão inseridos em um universo cultural específico, que é o Brasil dos dias de hoje, estamos considerando essas visões e identidades como “brasileiras”.


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