Maria Minhoca a Volta do Camaleão Alface
O quinto volume da coleção O Teatro de Maria Clara Machado traz duas peças repletas de humor. Em Maria Minhoca (1968), a clássica fábula do amor contrariado vem combinada a uma crítica alusiva à ditadura militar. A bela Minhoca recebe a corte do "musculoso" Capitão Quartel, que tem a simpatia do pai de Maria Minhoca, Mister Buldog, impressionado com "o garbo e o patriotismo" do candidato a genro. Ela, porém, gosta de Chiquinho Colibri: um civil que, além de fracote, é medroso e desastrado. Em pleno ano de 1968, Maria Clara criou um texto que é passível de leituras diversas: induz a críticas sobre a realidade política e suscita questões sobre os poderes civil e militar, tudo aliado a muita diversão. A volta do Camaleão Alface (1959) traz personagens de O rapto das cebolinhas (1955) e O Camaleão na lua (1969), peças publicadas pela Companhia das Letrinhas. Vovô e sua turma (Maneco, Lúcia, a gata Florípedes, o cachorro Gaspar e o burro Simeão) vão em busca de um tesouro: a "receita de viver bem" desenvolvida por Sabidoso de Sousa, um amigo de Vovô que vive na tribo dos Xipongós. Antes antropófogos, esses índios são "curados" com o desenvolvimento da receita. Ao perceber que está morrendo, Sabidoso enterra a descoberta para que não caia na mão dos bandidos chefiados pelo perigoso Camaleão Alface. Com a ajuda de Padre Joãozinho, o grupo de Vovô vai ter de enfrentar o terrível vilão, que ameaça também os Xipongós e desrespeita sua cultura.
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