Mamíferos
"Toda família clássica sente-se na obrigação de ter um fracassado": assim começa Mamíferos, a narrativa fortemente autobiográfica da vida de um desses "fracassados". Ele bebe, fuma quarenta cigarros por dia, é depressivo, fica desempregado e não tem filho, apesar das duas "tentativas de suicídio afetivo" - como chama o casamento - que cometeu. Em tom cáustico e amargo que, ao mesmo tempo, imita a objetividade da narrativa em off de um documentário sobre a vida animal, Mérot analisa a confraria dos beberrões, a infelicidade afetiva de seu anti-herói, sua desastrosa vida sexual, sua saga pelos empregos mais ridículos e seu mergulho no desemprego crônico. Finalmente, ele se torna professor e dá margem a algumas das páginas mais hilárias do romance, ao descrever os percalços da pedagogia moderna numa violenta escola de periferia.
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